Breve: Louva-a-deus, um inseto mal compreendido

domingo, 27 de novembro de 2011

Desabafo de um Agricultor do Oeste do Paraná

A família dos Guerini voltou do Paraguai em 2001, após alguns anos de agricultura convencional nas terras que lá estavam sendo “desbravadas”. Decidiram manter-se na agricultura porque é a atividade que amam e o que sabem fazer. Para isso, buscaram uma área vizinha ao Parque Nacional do Iguaçu, município de São Miguel do Iguaçu, tendo em mente um projeto de agricultura orgânica.
Mas, por diversos motivos, a ideia acabou não se viabilizando como planejado. A zona de amortecimento de impacto no entorno de unidades de conservação caiu de 10 km para 500 metros para o plantio de soja transgênica.
As sementes convencionais registradas eram compradas e plantadas como convencionais, mas já vinham contaminadas. O produtor prejudicado ainda corria o risco de ser penalizado por ter plantado sementes transgênicas na margem do parque e sem pagar o royalty cobrado pelas empresas. “As sementeiras não sofrem nenhuma penalização por vender sementes contaminadas, o agricultor sim”, denuncia.

O Guardafogo deseja compartilhar com seus leitores uma carta enviada por um agricultor do oeste do Paraná à AS-PTA – Agricultura Familiar e Agroecologia, e publicada no seu site.
Ele se sente “encurralado” por querer manter-se fora do sistema imposto pelas empresas de transgênicos e seguir produzindo suas próprias sementes.

Leia a carta na íntegra:

Encurralar: meter em curral, encantoar em local sem saída, sem opção de escolha, perda da liberdade… é assim que está o agricultor que não deseja aderir ao plantio de organismos geneticamente modificados, no meu caso a soja e o milho.
Gostaria que me permitissem um desabafo.
A agricultura, atividade milenar que fixou o homem tirando-o do nomadismo, criou a possibilidade da civilização se desenvolver, é a pedra angular na produção de alimentos para a humanidade. Hoje é uma atividade controlada.
A produção de alimentos é entendida, ou pelo menos deveria ser entendida pelos governantes de um país, como um ponto estratégico, segurança alimentar.
A nação que se auto sustenta na produção de alimentos tem uma vantagem óbvia em relação às que não forem capazes. Mas, pelo que tudo indica, nossos governantes (eu me refiro em especial aos parlamentares, congressistas que compõem a bancada ruralista) não estão dando importância para auto sustentabilidade e segurança alimentar da nação. Se eu pudesse gostaria de fazer algumas perguntas a esses parlamentares que me referi acima:
Por que depender de uma tecnologia criada por um concorrente que tem por principal objetivo o controle sobre as sementes e os agricultores e o controle sobre a produção de alimentos no mundo?
Por que deixar corporações estrangeiras ditarem as regras de um setor tão importante?
Será que com todos os cientistas e mentes brilhantes que temos aqui no Brasil não seria possível encontrar uma outra solução para os problemas enfrentados pela agricultura além dessa proposta dos organismos geneticamente modificados?
Do agricultor foram tirados todos os direitos básicos elementares de optar por um ou por outro sistema de produção, de poder guardar as suas sementes, a liberdade de escolha.
Além do agricultor ter que arcar com o risco das intempéries, das mudanças climáticas e de toda má sorte que pode ocorrer desde o plantio até a colheita, ele é jogado no covil desses leões famintos que são essas mega corporações que estão nos empurrando para um brete sem saída. E o pior, com o aval de quem deveria nos proteger.
Quem deveria nos proteger são os representantes do setor agrícola no congresso. Criando leis, mecanismos que impeçam essas corporações de fazer o que bem entendem, de fazer com que o agricultor fique cada vez mais dependente, mais endividado, mais impotente, mais desesperado, mais sem saída.
Afinal, bancada ruralista, a quem vocês estão representando mesmo?
Grato pela atenção,
Silvio Guerini”

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

China - O Dragão está despertando

"Deixem a China dormir, porque quando ela acordar, o mundo vai estremecer". (Napoleão Bonnaparte)
Há 200 anos, Napoleão Bonnaparte fez esta profecia, que parece estar começando a realizar-se.
A China do Futuro é hoje!
O Futuro é hoje!
A verdade é que agora, tudo o que compramos é 'Made in China'. 

Mas quem liga para esse aviso? 

Atualmente, nesta nossa ânsia por novidades, ninguém!
O lema agora é aproveitar... Só aproveitar!
E depois, como será para os nossos filhos? 
Como ficará a China no futuro?

Este sôfrego blogueiro repassa ensaio do diretor de marketing da Dana, jornalista Luciano Pires, com pequenos adendos de próprio punho:
Complexos industriais: imposição de disciplinas rígidas
Alguns conhecidos voltaram da China impressionados.
Um determinado produto que o Brasil fabrica na razão de um milhão de unidades, uma só fábrica chinesa produz quarenta milhões.

A qualidade já é equivalente. E a velocidade de reação é impressionante.

Os chineses colocam qualquer produto no mercado em questão de semanas, com preços que são uma fração dos praticados aqui.

Lá dentro, trabalho, trabalho, trabalho, nada de papo!
Uma das fábricas está de mudança para o interior, pois os salários da região onde está instalada estão altos demais: 100 dólares.

Um operário brasileiro equivalente ganha 300 dólares, no mínimo, que acrescidos de impostos e benefícios representam quase 600 dólares.

Quando comparados com os 100 dólares dos chineses, que recebem praticamente zero de benefícios, estamos perante uma escravatura amarela e ajudamos a alimentá-la.

Horas extras? Na China? Esqueça!!!

O pessoal por lá é tão agradecido por ter um emprego que trabalha horas extras sabendo que não vai receber nada por isso. E ainda não falamos sobre trabalho infantil, que deve ser um capítulo à parte...
Trabalho Infantil na Microsoft
Atrás dessa 'postura' está a grande armadilha chinesa.

Não se trata de uma estratégia comercial, mas sim de uma estratégia 'de poder' para ganhar o mercado ocidental.
Os chineses estão tirando proveito da atitude dos famigerados 'marqueteiros' ocidentais, que preferem terceirizar a produção, ficando apenas com o que ela 'agrega de valor': a marca. Pensam que estão lucrando com isso.
Dificilmente você adquire hoje nas grandes redes comerciais dos Estados Unidos um produto 'Made in USA', ou no Brasil um produto 'Made in Brazil'.

É tudo "Made in China", com rótulo estadunidense ou brasileiro, respectivamente.
As Empresas ganham rios de dinheiro comprando dos chineses por centavos e vendendo por centenas de dólares ou reais.

Apenas lhes interessa o lucro imediato e a qualquer preço, mesmo ao custo do fechamento das suas fábricas e do brutal desemprego norte-americano. É o que pode-se chamar de "estratégia preçonhenta".

Enquanto os ocidentais terceirizam as táticas e ganham no curto prazo, a China assimila essas táticas e cria unidades produtivas de alta performance, para dominar no longo prazo.
Enquanto as grandes potências mercadológicas que ficam com as marcas, com os designes, suas grifes, os chineses estão ficando com a produção, assistindo, estimulando e contribuindo para o desmantelamento dos já poucos parques industriais ocidentais.
Em breve, por exemplo, já não haverá mais fábricas de tênis ou de calçados pelo mundo ocidental. Só haverá na China.
Então, num futuro próximo veremos os produtos chineses aumentando os seus preços, produzindo um 'choque da manufatura', como aconteceu com o choque petrolífero nos anos setenta. Aí já será tarde demais.

Dimensões incalculáveis...
Então o mundo perceberá que reerguer as suas fábricas terá um custo proibitivo e irá render-se ao poderio chinês.
Perceberá que alimentou um enorme dragão e acabou refém do mesmo.

Dragão este que aumentará gradativamente seus preços, já que será ele quem ditará as novas leis de mercado, pois será quem manda, terá o monopólio da produção.
Sendo ela, e apenas ela, quem possuirá as fábricas, inventários e empregos é ela quem vai regular os mercados e não os 'preçonhentos'. Nesta estratégia pode estar inserida a intenção de remunerar melhor a mão de obra (hoje quase escrava), melhorando a qualidade de vida a nível nacional.
Iremos, nós e os nossos filhos e netos, assistir a uma inversão das regras do jogo atual que terão nas economias ocidentais o impacto de uma bomba atômica... chinesa.
Confinamento
Nessa altura em que o mundo ocidental acordar, será muito tarde.
Nesse dia, os executivos 'peçonhentos' olharão tristemente para os esqueletos das suas antigas fábricas, para os técnicos aposentados jogando baralho no boteco da esquina, e chorarão sobre as sucatas dos seus parques fabris desmontados.
E então lembrarão, com muitas saudades, do tempo em que ganharam dinheiro comprando "balatinho dos esclavos" chineses, vendendo caro suas "marcas-grifes" aos seus conterrâneos.
E então, entristecidos, abrirão suas 'marmitas' e almoçarão as suas marcas que já deixaram de ser moda e, por isso, deixaram de ser poderosas pois foram todas copiadas.