Breve: Louva-a-deus, um inseto mal compreendido

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Greve dos Técnicos Administrativos em Educação Universidades Federais: Uma luta justa

Recebemos esta carta de uma amiga trabalhadora da UTFPR, unidade de Francisco Beltrão, onde é Assistente em Administração.
Repasso o conteúdo na íntegra aos leitores deste sôfrego blogueiro para que se tenha uma noção do que uma digna trabalhadora sente a respeito da concepção da mídia e da sociedade a respeito da valorização deste trabalho educacional.
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Boa tarde, caros amigos.
Repasso este e-mail para informá-los da greve dos técnicos administrativos em educação, que iniciou-se no dia 06 de Junho e atualmente conta com a adesão de 47 universidades federais.
Acredito que a maioria de vocês não saiba disso, pois, as grandes emissoras de televisão não divulgam o que está acontecendo no momento com a Educação no país. Como a greve dos técnicos está sendo um movimento pacífico e ainda não está causando nenhuma polêmica para dar ibope na televisão, não tem o porquê das emissoras transmitirem isso à população.
Com certeza, o Campeonato Brasileiro, a Copa América, a despedida do Ronaldo do futebol, a vinda do Jim Carrey ao Brasil, surtem muito mais efeito do que a divulgação da greve dos técnicos em educação, até porque a maioria das pessoas acha que em uma instituição de ensino, só trabalham professores. Muitos nem sabem o que um técnico administrativo faz. Por isso, peço a todos que divulguem a notícia da greve ao vizinho, ao colega, aos contatos de e-mail, pois, se o projeto de lei 549/2009, que prevê congelamento dos salários do funcionalismo público em 10 anos, além de cortes de investimentos em obras públicas, dentre outros cortes, não serão somente os servidores públicos os prejudicados, mas, a sociedade brasileira como um todo, que terão serviços públicos cada vez mais precários e sem qualidade.
É muito fácil as pessoas reclamarem que a educação não vai bem, que os serviços de saúde são precários, que o país não tem uma segurança pública mais efetiva, que os policiais são corruptos, enfim uma série de reclamações que ouvimos por aí e que, até nós mesmos fazemos de vez em quando.
Só reclamar não adianta, temos que ter mais atitude, ir para as ruas, manifestar nosso descontentamento com os governantes, não precisamos agir com agressão, precisamos nos unir para conseguir serviços públicos de qualidade, afinal nós pagamos por eles, e todo mundo sabe que a carga tributária no Brasil é alta, ou seja, pagamos caro pelos serviços que recebemos. Por isso, vamos cobrar mais dos nossos governantes.
Enquanto não mudarmos nossa postura como cidadãos, nosso país vai continuar como está, os políticos aprovando seus próprios aumentos de salário para o dobro do que ganhavam, aprovando aposentadoria para pouco tempo de exercício de cargo político, enquanto um cidadão comum, para receber 1 salário mínimo de aposentadoria, tem que estar praticamente morrendo.
Peço encarecidamente a todos que divulguem a nossa mobilização que é de nível nacional, daqui a pouco os professores estarão parando também e aí como irão ficar nossos alunos, os jovens que os governantes adoram bajular em suas campanhas, dizendo que “são o futuro da nação”.
Esta não é uma mobilização somente pela valorização da nossa carreira, mas é uma luta para que possamos continuar oferecendo Ensino Superior Gratuito e de Qualidade!
Para mais informações sobre a greve acessem o blog www.greveutfpr.blogspot.com, que foi criado pelos técnicos administrativos que aderiram à greve na UTFPR Campus Francisco Beltrão.
Estamos postando no blog todas as notícias pertinentes ao assunto, como por exemplo a pauta nacional da greve, as nossas atividades durante a mesma, a adesão dos demais campi, o que está sendo feito para conseguirmos atingir os objetivos dessa mobilização.
Por favor, acessem, postem comentários, divulguem.
Quem ainda quiser que o Brasil tenha Universidades Gratuitas e com Ensino de Qualidade, com certeza vai divulgar.
E para esclarecer, queremos deixar claro que durante a greve, nós servidores não ficamos em casa de braços cruzados, esperando o Governo apresentar alguma proposta, nós cumprimos nossos horários em que estaríamos trabalhando, realizando atividades para vencermos esta luta!!!

Atenciosamente,

Paula Adriana Sonda
Assistente em Administração
UTFPR - Campus Francisco Beltrão
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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Quando o alimento mata

A recente morte de 31 pessoas na Europa, através da contaminação de uma variante da bactéria Escherichia coli, além de causar o esperado alvoroço, trouxe novamente à tona calorosos debates a respeito da Segurança Alimentar no planeta. Em interessante artigo do The New York Times, “Quando o alimento mata”, o jornalista Nicholas D. Kristof diz que não deveríamos estar tão surpresos, pois a comida pode nos trair.
Este sôfrego blogueiro procura escrever neste espaço um texto baseado em tradução do referido artigo e notícias ligadas ao fato, porém sem as omissões que o PIG* fez no Brasil (veja detalhes no final do artigo).
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Cerca de 325 mil pessoas são hospitalizadas todos os anos nos Estados Unidos por causa de doenças relacionadas aos alimentos. E cinco mil delas acabam morrendo. A comida mata uma pessoa a cada duas horas. Nós temos uma indústria que produz alimentos baratos, mas lobistas bloqueiam iniciativas de torná-los mais seguros.
Escherichia coli
Há poucos dias, uma menina de dois anos morreu em Dryden, na Virgínia, depois de ser hospitalizada com diarreia sanguinolenta por causa de uma nova cepa de E. coli. Seu irmão também foi hospitalizado mas sobreviveu.
Embora os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 terem transformado a forma dos Estados Unidos abordar a segurança nacional, o dobro de pessoas morrem a cada ano de problemas com alimentos e não se gerou ainda uma iniciativa mais efetiva quanto à segurança alimentar. Temos a hegemonia de um sistema agroindustrial visando produzir alimentos mais baratos, mas o lobby de grupos dominantes não permite iniciativas que visem alimentos mais seguros.
Administração de antibióticos
Talvez o mais vergonhoso desse nosso modelo agrícola é a forma como os antibióticos são irresponsavelmente injetados em animais saudáveis para fazê-los crescer rapidamente.
O FDA (Food and Drug Administration), órgão norte-americano que regulamenta medicamentos e alimentos, revela que 80% dos antibióticos no país são consumidos pelos animais, e não pelos humanos. É sabido que 90% dos antibióticos veterinários são administrados via alimento e água dos animais. Administradas a animais saudáveis, para mantê-los longe da iminente agressão causada pelo estresse e condições promíscuas das miseráveis instalações dos confinamentos.
Somente o estado da Carolina do Norte usa mais antibióticos em animais do que consome a população inteira dos Estados Unidos.
A administração de sub-doses de antibióticos, por exemplo, cria um campo propício ao desenvolvimento de resistência destas bactéria, gerando super patógenos. O resultado é que doenças corriqueiras podem se tornar intratáveis.
A Sociedade Americana de Infectologia, organização profissional de médicos, cita o caso do instrutor de surf do Colorado Josh Nahum, 27 anos, que desenvolveu uma febre oriunda da infecção por bactérias que não respondem aos medicamentos. A disseminação da infecção causou enorme pressão no seu crânio. Parte do seu conteúdo cerebral foi “empurrado” para dentro da coluna vertebral. Ele ficou tetraplégico, dependendo de aparelhos para respirar. Morreu duas semanas mais tarde.
Não há razão, a princípio, para ligação entre o caso Nahum especificamente com as overdoses de antibióticos na pecuária. A resistência a antibióticos tem múltiplas causas. Médicos prescrevem sub ou superdoses. Pacientes desviam receituários e não seguem recomendações. Mas verificando números, de longe é a agricultura o maior elemento de uso excessivo.
Não queríamos nunca imaginar que, para manter nossos filhos saudáveis, passemos a colocar antibióticos na rede de água de beber das escolas, porque sabemos que isso vai gerar variantes resistentes de bactérias. Então, é inconcebível que grandes empresas façam algo semelhante com animais!
Louise Slaughter, deputada e única representante da classe dos microbiologistas na Câmara Federal norte-americana, tem travado uma solitária e dramática batalha contra esta prática, mas os interesses da agricultura industrial sempre bloquearam a legislação por ela proposta.
Confinamentos insalubres: predisposição a doenças
Ela diz que “as estatísticas comprovam o histórico abuso desenfreado das indústrias no uso de antibióticos, na tentativa de encobrir a sujeira das instalações e de vida insalubre dos pobres animais. Utilizando antibióticos no alimento dos animais para prevenir doenças, estão tornando nossas famílias cada vez mais doentes, por difundir cepas mortais de bactérias resistentes”, diz ela.
Vegetarianos podem pensar que estão imunes, mas não é real. E. coli tem origem em animais, mas pode estar presente na água utilizada para irrigar produtos hortícolas, contaminando-os. O surto na Comunidade Europeia aparentemente se originou em brotos de feijão cultivados em uma fazenda na Alemanha, o que não foi comprovado.
O MRSA é um Staphylococcus aureus
Um dos patógenos mais comuns resistente aos antibióticos é o MRSA, que hoje mata mais norte-americanos do que a AIDS e onera grandiosamente os custos da saúde pública. O MRSA é um Staphylococcus aureus e tem muitas variantes. Uma das formas menos agressivas é atualmente muito difundida nas propriedades rurais entre as pessoas que lidam com porcos. Um artigo deste ano em uma revista chamada Microbiologia Aplicada e Ambiental divulga que o MRSA foi encontrado em 70 por cento dos porcos em uma fazenda.
Outra revista científica diz que o MRSA foi encontrado em 45 por cento dos trabalhadores em uma exportadora de milho. O Centro de Controle de Doenças divulgou dados no último mês de abril que acusavam a presença deste S. aureus em um trabalhador de uma creche em Iowa.
Portanto, é muito difícil e muito... digamos... comprometedor alguém dizer na imprensa que o agente causador do passamento de tantas pessoas tenha se originado em Sodoma ou em Gomorra.
Senão vejamos: na matéria a que estamos nos referindo, tem um link que envia para outra, dizendo que “as mortes por E. Coli se elevam a 31”, e lá diz que as pessoas afetadas que sobreviveram foram questionadas sobre o que comeram antes de passarem mal, em que restaurante, que prato pediram, etc. Os cozinheiros foram indagados sobre quais os ingredientes que fazem parte do cardápio, e qual o procedimento para a preparação do prato. Convenhamos que este rastreamento é complicado. Há restaurantes na Alemanha que usam tomates e kiwis de Portugal, cenouras e laranjas dos Estados Unidos, feijão e brotos de alfafa do Sudão, quiabos do Afeganistão, soja, frangos, porcos e embutidos do Brasil. Pois sim, o que foi que levou a Escherichia coli para as entranhas destes consumidores?
De alguma forma, o lobby dos poderosos já lançou a notícia (suposição) de que a bactéria havia surgido numa pequena propriedade orgânica da Alemanha. Claro, a imprensa não iria ousar supor que a mazela teria vindo de um tofu, de um frango ou de uma mortadela produzida por uma empresa de renome internacional, potencial patrocinadora de suas falácias.
O próprio governo alemão precisa tomar cuidado com o que diz. O simples fato de mencionar que a origem da causadora das mortes poderia ser a Espanha, fez com que o governo hispânico entrasse com um processo de indenização de 600 milhões de Euros pela diminuição das exportações.
Touro musculoso: exageros
O surto na Europa deve acordar a população. Segundo Robert Martin, do Pew Environment Group, “o acontecimento aponta para todo um sistema quebrado de produção agrícola.”
De acordo com Kristof, “precisamos mais inspeções completas no sistema alimentar, mais testes adicionais de cepas de E. coli, e mais educação pública (sempre lavar as mãos depois de tocar carne crua, e não utilizar a mesma faca para cortar carne e legumes sem lavá-la bem). Um excelente início para iniciar as reformas seria através da proibição da alimentação de antibióticos para animais saudáveis.
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Se o leitor gosta de averiguar e confirmar informações, aproveite para ver o que o PIG* brasileiro faz com as notícias internacionais. A Revista Globo Rural fez uma matéria baseada no mesmo artigo de Kristof. Leia e observe os importantes pontos que foram inescrupulosamente omitidos, cuidado este tomado para não prejudicar as transnacionais patrocinadoras do aparato comercial da grande mídia. Até nomes próprios são modificados para que você não possa pesquisá-los corretamente.

*PIG: Partido da Imprensa Golpista

Fontes: links no corpo do texto.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Encontrada menina da foto símbolo de desgaste da ditadura

Menina que se negou a dar a mão ao General virou símbolo
Belo Horizonte, setembro de 1979. O general João Baptista Figueiredo – último presidente do regime militar – fazia uma viagem com cara de campanha.

Tomou cafezinho em um bar no centro, fez discurso. Estava tudo indo conforme o planejado até que uma menina de apenas cinco anos surpreendeu o presidente-general. Ela rejeitou o cumprimento do general.

A foto imediatamente virou símbolo da luta contra a ditadura. Foi publicada em vários jornais e revistas, no Brasil e no exterior.

“Aquilo ali lavou a alma da nação. Pra nós soou como uma vingança nacional”.

“É a magia da criança. Se fosse um adulto não teria, nunca teria o mesmo valor”, diz o ex-secretário nacional de Direitos Humanos, Nilmário Miranda

Foi a foto mais famosa do fotógrafo Guinaldo Nicolaevsky. Mas ele morreu em 2008 sem conhecer a garota. “Ele ficou um pouco frustrado de não ter conhecido a garota. Saber quem era ela, como ela estava”, diz a viúva de Guinaldo, Sílvia Nicolaevsky.

Os amigos também tentaram encontrar a menina. Fizeram até campanha em blogs na internet meses antes da morte de Guinaldo.

“Minha ideia era mais fazer uma homenagem ao Guinaldo. Pela carreira brilhante que ele teve”, diz o fotografo Ricardo Medeiros.

A iniciativa virou notícia e reascendeu a curiosidade em torno da foto. A foto foi feita no Palácio da Liberdade em Belo Horizonte e 32 anos depois, nós voltamos ao local porque o Jornal da Globo localizou a garota da foto.

Rachel Clemens cresceu em Belo Horizonte, se formou em comércio exterior, fez pós-graduação no Instituto Tecnológico da Aeronáutica e morou e trabalhou em vários países, teve uma filha de nome Clara, que hoje está com 13 anos, e nunca teria descoberto essa história toda se não fosse por um email.

“Minha mãe recebeu um powerpoint das 100 fotos que marcaram o século. Eu sempre tive curiosidade de ver essa foto. Dei um Google aí que eu vi que estavam me procurando tem um tempão, não tinha a menor ideia”, conta.

Perguntada sobre como ela se encontrou com o general Figueiredo, Rachel lembra que, na noite anterior, o pai dela comentou no jantar que iria almoçar com o presidente.

“Aí acordei no outro dia de manhã: mãe, eu quero falar com o presidente”. Ela insistiu tanto que a mãe a levou ao Palácio da Liberdade. Quando ela chegou lá:

“Virei pra ele: você sabia que você vai almoçar com meu pai hoje? Aí todo mundo ficava assim: dá a mão pra ele, dá a mão pra ele. Eu detestei. Detesto que me mandem fazer as coisas. Não dei a mão porque eu não queria dar a mão pra ele, eu queria dar um recado pra ele”.

Depois do encontro, Rachel foi correndo para a escola e o que ficou foi a imagem da menina que recusou a mão do general-presidente. Para quem admira a foto desde aquela época, a história de Rachel não diminui a importância da imagem.

“Ela pode dizer que não era nada disso. A imagem é muito mais significativa de um momento político que o Brasil vivia”, fala o cineasta Silvio Tendler.

Fonte: Blog "Amigos do Presidente Lula"

terça-feira, 14 de junho de 2011

Bin Laden está mesmo morto?

Especialistas de todo o mundo, com respaldo da France Press,
dizem que fotos de Bin Laden morto são uma grande farsa.
Poderíamos nós brasileiros dizer que em nada nos interessa se Bin Laden foi mesmo assassinado por vingança pelos Estados Unidos - como mero suspeito de terrorismo - ou não. Interessante, porém, seria sabermos o porquê de tanta mentira. Por que os Norte-americanos mentem tanto ao mundo?
Dr. Néstor Garcia Iturbe
O Grupo de Comando SEALs da Marinha de Guerra dos Estados Unidos foi responsável pela operação no Paquistão que culminou na morte de Osama Bin Laden. Como funciona este grupo da força militar norte-americana? Quando e por que ele existe?
Reinaldo Taladrid Herrero, jornalista do Círculo de Periodistas da América Central Contra o Terrorismo Midiático, entrevistou o especialista em estratégias militares Dr. Néstor García Iturbe.
Na entrevista, o especialista relata teses, teorias e versões sobre o sucedido, e conta o que sabe, quem foram os norte-americanos que entraram em Abbottabad e o que aconteceu naqueles dias.
 O grupo foi criado pelo então presidente J. F. Kennedy, depois do fracasso do seu Governo na ação militar na Baía dos Porcos, em Cuba, episódio em que os Estados Unidos “quebraram o rabo” ao pretender tomar inicialmente esse ponto da ocidental província de Matanzas para os círculos políticos de Washington, instalar ali um "governo" paralelo que a Casa Branca reconheceria, e depois avançar sobre a capital cubana. Menos de 72 horas bastaram às Forças Armadas Revolucionárias da ilha, lideradas pessoalmente por Fidel Castro, para derrotar o desembarque da brigada inimiga, ocorrido em 17 de abril de 1961.
Distintivo do SEALs: Terra, Mar e Água
Kennedy considerou ser necessário ter uma força de choque para operações especiais. O nome SEAL provém das iniciais dos territórios em que desenvolve suas atividades, o mar, Sea, o ar, Air, e a terra, Land. É um grupo que assumiu as missões de demolição da Armada, dos mergulhadores da OSS (que depois se converteu em CIA), e os chamados Scout Raiders.
Durante anos a existência do grupo permaneceu em absoluto segredo. As identidades dos seus integrantes estão acobertadas, pois entre suas missões estão sequestros, assassinatos e outras atividades paramilitares fora da lei. Tudo o que fazem, de acordo com qualquer Código Penal, é ilegal em qualquer país do mundo. São treinados para exercerem atividade ilegal.
As equipes se especializam por área geográfica. Cada equipe tem em torno de oito grupos, com seis a oito pessoas. Podem agir em conjunto ou também em pequenos grupos, em dupla ou até sozinhos. Há grupos que são especialistas em ações no Vietnam, Granada e Panamá, falam espanhol. Outro grupo atuou no Golfo Pérsico, na operação Tormenta do Deserto, e trabalhou também no Iraque e Afeganistão. Há um terceiro que se dedica mais à parte da Somália, Bósnia e Kosovo. Outro, radicado na Virgínia, leva a cabo ações denominadas antiterroristas.
Esta força protege também o presidente e sua comitiva quando é solicitada, nas visitas consideradas perigosas pela Casa Branca.
O treinamento de um membro do SEALs dura no mínimo seis meses. São adestrados a diversas técnicas, como o rapel, paraquedismo, mergulho, utilização de explosivos e outras técnicas. A preparação física é extenuante, pois o soldado necessita mover-se, correr, cruzar obstáculos com todo o equipamento que carrega: fuzil com cinco ou seis carregadores, pistolas, mochila, granadas e um lança-foguetes. Os treinamentos para tiro são primorosos, bem como as instruções para o uso do equipamento de comunicação, com características de última geração que permitem a comunicação entre membros e por satélite.
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Reinaldo Taladrid: por isso se diz que Obama estava vendo e podia ouvir o que estava ocorrendo em Abbottabad ao vivo, por satélite? Cada Membro?
Dr. Néstor García Iturbe: Sim, se comunicam entre cada membro e via satélite. Têm o equipamento transmissor próximo ao ombro e antena no capacete. Utilizam bússola, relógio, corda de paraquedista, kit de primeiros socorros e um minicomputador de mão que levam preso ao braço. Também usam um bracelete preso ao pulso que permite identificá-lo e localizá-lo por GPS.
Reinaldo Taladrid: Ele cai ferido, se separa do grupo, e se sabe onde ele está?
Dr. Néstor Iturbe: Sim Também é usado pelos paraquedistas, pilotos de helicópteros e aviões, que podem cair em qualquer lugar.
Reinaldo Taladrid: Mas ao tenente Michael Murphy, que morreu recentemente em operação no Afeganistão, isso não lhe serviu...
Dr. Néstor Iturbe: isso nos diz que os SEALs, apesar de sua preparação, também podem morrer. Depois de morto, ele continuava com o bracelete, mas o mataram. Não são invulneráveis.
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Todas as operações se planejam cuidadosamente. Usam mapas providos pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos, que mostram os lugares que devem ser atacados, e a sequência de ações da operação. As realizadas à noite utilizam equipamentos de visão noturna. Se a operação não é muito complicada o sistema de comunicação é mais simples e se usam capacetes mais leves. Quando é mais complicada e necessita de registro, são usados capacetes com câmera de TV.
MP7A1: 850 disparos por minuto
Há distintos armamentos, como por exemplo a pistola MP7A1, calibre 4,6mm, de fabricação alemã.
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Reinaldo Taladrid: esta foi a que se usou em Abbottabad?
Dr. Néstor Iturbe: assim disse a imprensa européia. Eu duvido! Antes usariam o fusil M-14, que tem mira telescópica e um alcance efetivo de 2 mil metros. Ou o similar MK-11. Ademais, eles usam muito a pistola MK-23, de calibre 45 com silenciador e raio laser. Esta pode deflagrar cápsulas explosivas, que foi com o que mataram Bin Laden.
Pistola MK-23: calibre 45 e balas explosivas
Reinaldo Taladrid: as que explodem dentro?
Dr. Néstor Iturbe: sim. Por isso creio que tenham sido essas as utilizadas na ocasião.
Reinaldo Taladrid: sei que o senhor não irá me responder, mas meu papel é perguntar: de onde o senhor conseguiu estas fotos?
Dr. Néstor Iturbe: tu sabias que eu não iria lhe responder...
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Ato contínuo ao atentado a Osama Bin Laden, a Casa Branca enviou fotos aos Senadores, onde ele aparece morto, numa tentativa de comprovar o fim do inimigo, e depois divulgou que o corpo foi levado ao Afeganistão e sepultado no mar, para respeitar a tradição muçulmana, ou para seguir os preceitos norte-americanos de sepultar o corpo no mesmo dia da morte, ou então porque seria difícil encontrar um país que aceitasse receber o corpo de um dos mais procurados líderes extremistas do mundo.
O especialista entrevistado mostra uma foto da Sala de Estar da Casa Branca, no momento em que as mais magnificentes autoridades estariam assistindo o desfecho da operação, com transmissões via satélite vindas diretamente dos agentes do SEALs.
O lúgubre semblante de cada um dos personagens está longe de refletir algum êxito. Havia uma preocupação. As caras não são de quem está vencendo uma guerra, e nem de ter capturado o inimigo número um do país. Pode ter sido o momento em que o helicóptero caiu, mas há rumores de que ocorreram alguns imprevistos relacionados ao Mossad, serviço secreto de Israel, que estava envolvido com a CIA na operação. Afinal o Mossad teria mais penetração no Paquistão do que a CIA e os Estados Unidos lhe pediram ajuda para esta operação. A imprensa israelita publicou várias matérias a respeito, inclusive cortando com manipulação de fotos o rosto consternado de Hillary na Situation Room (é um diário muito ortodoxo, em que as mulheres não podem participar).
Uma das fotos que os senadores viram logo após a operação, foi a de um agente SEAL amparando Bin Laden já morto.

Esta foto já havia sido vista por aí, porém sem nenhum Bin Laden. É outro ator igual ao suposto SEAL, pois a imagem é do filme “Falcão Negro em Perigo”. Há no detalhe da seta a referência à sombra que aparece no rosto do suposto soldado, e não no rosto de Osama.
Parece que toda vez que os norte-americanos nos mostram uma foto, não devemos lhe dar crédito, devemos desconfiar dela. Quando do episódo da Baía dos Porcos, foram divulgadas fotos de aviões cubanos que havia bombardeado Havana, o que era mentira. Sempre tratam de mostrar coisas onde podem apoiar suas ideias e propósitos vis.

Evidentemente, se este morto é realmente Bin Laden, ele se entregou sem fazer resistência nenhuma e foi assassinado. A respeito disso também há imagens.
Em foto de Bin Laden vivo, pode-se observar sua boca, nariz, sobrancelhas, barba. A outra foto é a que foi mostrada pela Casa Branca aos senadores de confiança.
Pode-se observar que na boca há uma semelhança muito grande com a imagem de Bin Laden vivo. Numa combinação da foto divulgada, com uma antiga foto de Osama vivo, pode-se ficar estarrecido...
Chama muito a atenção o fato de que haja tanta similaridade entre uma foto e outra, pois quando uma pessoa morre há uma série de detalhes que mudam em sua face, como os músculos. Nunca um morto tem a mesma expressão de um vivo.
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Reinaldo Taladrid: como o senhor falou, eram balas explosivas, as quais explodem logo que penetram no corpo. Inclusive o senador Inhofe descrevia seu efeito...
Dr. Néstor Iturbe: “o cérebro sai da cabeça por um olho”, foi o que ele falou. Mas esta foto não demonstra isso. Evidentemente é um truque fotográfico
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A imagem abaixo pode demonstrar exatamente como foi montada a farsa fotográfica:
Vemos Osama Bin Laden na primeira foto, e como a foto foi cortada por debaixo dos olhos. A outra foto é de uma pessoa morta, e então a superposição da parte de Bin Laden a essa pessoa falecida. Mais alguns ajustes no Photoshop e está pronta a foto com o truque fotográfico.
Esta pessoa foi escolhida entre outras para ver qual a melhor que se enquadrava para montar a farsa. Pode ter sido morta com este princípio, segundo o especialista.
O chefe de fotografia da France Press, François-Xavier Marit, disse que isso é uma “proeza” feita com o Photoshop. A foto foi submetida a um programa usado pela polícia francesa, chamado Tugstène, o qual serve para detectar fotos adulteradas.
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Reinaldo Taladrid: Sabe-se que a CIA já falsificou há alguns anos atrás um vídeo de Osama, aquele em que ele aparecia morto em uma cova coletiva com outros rapazes. O senhor não acha que deveriam ter usado métodos mais profissionais? Ou era muito difícil? Ou pensaram que os senadores já estaria convencidos antes de ver as fotos?
Dr. Néstor Iturbe: Creio que aí havia de tudo um pouco. Existe um problema de tempo. Para analisar este problema tomo a declaração de Muhammad Bashir, um vizinho de Osama, que ao ouvir os helicópteros sai, vê toda a situação, como se sucedeu: um helicóptero baixa e saem dele de 10 a 12 homens. Entram na casa, ouve-se um tiroteio, os homens saem e montam no helicóptero, e neste momento ele explode.
Reinaldo Taladrid: O Governo dos Estados Unidos ou alguma outra instância do país reconheceu a queda do helicóptero e que houve baixas em Abbottabad?
Dr. Néstor Iturbe: Eles reconheceram que houve avarias em uma das aeronaves, mas não disseram que tipo de avaria, e nem confirmaram a versão do paquistanês que estava ali. Se este helicóptero explodiu, todos os SEALs que estavam ali morreram, e o corpo de Bin Laden que estava ali se despedaçou. Disse este senhor que depois outros soldados desceram e viram pedaços de helicóptero incandescentes e pedaços de corpos espalhados pelo pátio. Então vieram autoridades e lhe mandaram retirar-se dali. Quando voltou, tudo estava limpo.
Isto de não mostrar os SEALs na imprensa por fazerem parte de uma corporação secreta, e pela necessidade de preservar a integridade de suas famílias, é porque estavam mortos, a declaração de Bahir sustenta esta tese. Caso contrário seriam congratulados em ato nobre.
A idéia de sumir com os restos de Bin Laden os retira de uma situação embaraçosa de mostrar o corpo despedaçado. Para evitar a confecção de outro truque fotográfico, até por questão de tempo, tratam de cobrir esta situação, pois eu creio que nunca vão dizer que os SEALs morreram, e nem que o corpo foi despedaçado.
Reinaldo Taladrid: o senhor crê que em Abbottabad foi sim feita uma operação militar e que mataram alguém?
Dr. Néstor Iturbe: Sim.
Reinaldo Taladrid: o senhor crê que mataram Bin Laden?
Dr. Néstor Iturbe: Tudo indica que sim. É difícil precisar, afinal depois de terem afirmado tantas vezes “Osama Bin Laden morreu”, em 2001, e de pois em 2006... Imagine, pode ser outra pessoa que estava ocupando o posto de Bin Laden a que foi morta em Abbottabad, e que não seja o ex-líder da Al Qaeda, pois já pode ter morrido há algum tempo.
Reinaldo Taladrid: uma coisa gostaria de deixar clara antes de terminar. Não há dúvida que tudo o que se passou naquela noite em Abbottabad é de inteiro cnhecimento de todas aquelas autoridades Norteamericanas da foto que se encontravam na Situation Room?
Dr. Néstor Iturbe: Sim.
Reinaldo Taladrid: se eles mataram alguém que não era Bin Laden e disseram que era, estão mentindo conscientemente?
Dr. Néstor Iturbe: Sim.
Reinaldo Taladrid: se mataram Bin Laden e se o helicóptero explodiu, e não sepultaram o corpo no mar a partir do porta-aviões, estão mentindo conscientemente?
Dr. Néstor Iturbe: Exato.
Reinaldo Taladrid: todos os que estão na foto sabem?
Dr. Néstor Iturbe: Sim. E a foto que estão apresentando é o que está apoiando a mentira que estão dizendo.
Reinaldo Taladrid: esta é sua tese sobre o que se sucedeu em Abbottabad?
Dr. Néstor Iturbe: é minha tese.
Reinaldo Taladrid: O senhor crê, conhecendo as entranhas do Império, que no futuro vaze alguma informação e que possamos saber algo mais sobre o que se passou?
Dr. Néstor Iturbe: creio que sim, sempre há infiltrações e vazamento de informações, o que é usual dentro do governo dos Estados Unidos e os meios de imprensa. Saberemos ao certo o que aconteceu.
Reinaldo Taladrid: Uma última pergunta/comentário, a pessoa que lhe forneceu estas fotos, antes de começarem a circular (evidente que o objetivo era de que circulassem), o que foi que ela lhe disse?
Dr. Néstor Iturbe: ele me disse que estas eram as fotos que eles estavam filtrando. “Não creia em nada disso que você está vendo, eles te fazem ver o que lhes convém que tu devas ver, e por isso estão vazando”.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Incentivo à produção de uvas em Matelândia

Interessante socializar as ações dignas que são realizadas pelas autoridades.
Este blog detectou matéria sobre o fomento à fruticultura no Município de Matelândia, como alternativa de renda à agricultura familiar. Ao prefeito Edson Primon e sua equipe, as congratulações pela iniciativa:

Matelândia busca ampliar a produção de uvas
Em Matelândia a produção de uvas é uma tradição para muitos produtores, especialmente para as famílias que residem no vale do rio Sabiá, região que contempla solos férteis e pedregosos, clima adequado para a viticultura e uma bela paisagem que nos remete às serras e vales do Rio Grande do Sul.
De olho nessa realidade, o prefeito Edson Primon vem estimulando, através de um programa da Secretaria Municipal de Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, a implantação de novos pomares de uva e, da mesma forma, a renovação dos parreirais já consolidados.
Segundo o secretário municipal Jakson Lamin, a fruticultura, especialmente a produção de uvas, faz parte do fomento das atividades da Secretaria de Agricultura, para ampliar a renda da agricultura familiar e aproveitar, assim, as condições ambientais favoráveis à uva e à tradição dos agricultores nesta atividade, cuja experiência, além das frutas, produz um bom vinho, salienta o secretário.
No último dia 6, por meio de parceria da Secretaria Municipal de Agricultura com o Sindicato Rural, foi promovido um curso técnico conduzido por um profissional especializado do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR. Os assuntos abordados foram relativos à escolha de variedades e porta-enxertos adaptados à região, manejo de condução e podas, cuidados fitossanitários, adubação e implantação de novos pomares.
Participaram do curso um grupo de 15 famílias, que já se reúne há um bom tempo e que pretende ampliar em mais de 5 hectares a cultura da uva, com as variedades Niágara Rosada, Bordô, Violeta e Isabel precoce.
Interessados na produção de frutas In Natura, vinhos, geléias e sucos, os produtores vislumbram fornecer geléias e sucos para a alimentação escolar, que pode ser adquirida pela administração publica.
Outro objetivo do grupo é procurar, junto ao Prefeito Primon, construir uma vinícola no vale do rio Sabiá, região que já conta com um circuito de turismo rural.
Fonte: Jornal Nossa Folha, Medianeira, 08/06/2011

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Quem é o verdadeiro "Brasiguaio"

Eis que ao ler matéria jornalística intitulada “Terras da Discórdia”, da Folha de Londrina, veiculada no domingo (5/6), surgiu neste sôfrego blogueiro a inspiração para comentar tão interessante assunto. Afinal, é gritante o sentimento de bairrismo e parcialidade que impera no referido artigo.
Com farto espaço de duas páginas, a redação do tablóide entra de sola na questão, dizendo que brasileiros “parceiros no desenvolvimento paraguaio” plantaram riqueza e colhem insegurança.
Acusando de corrupção a Coordenadoria Agrícola do Paraguai, bradam os latifundiários brasileiros detentores de imensidões de terras na região do Alto Paraná, que a Justiça Paraguaia valida títulos falsos para “tomar” as terras que lhes pertencem, presenteando-as ao “nativos incapazes”.
A matéria inclusive inicia dizendo que a terra que antes “só tinha alguns pés de mandioca e minguadas pastagens com meia dúzia de gados, hoje ganhou vida em fazendas de soja. As matas deram lugar à agricultura.” Os campesinos não mais podem praticar sua agricultura de subsitência.
A reportagem, além de gabar o coronelismo dos proprietários desalojados pela Justiça de terem se negado a devolver as terras aos verdadeiros donos – inclusive erguendo barricadas para evitar a ação da polícia – denomina de “brasiguaios” os detentores de descomedidas áreas cuja posse tem estirpe duvidosa.
O 'Brasiguaio'
Em primeiro lugar, quem é, afinal, o “brasiguaio”?
Migrações de massivas levas de brasileiros rumo ao oásis agrícola apregoado pelos governos ditadores dos dois países a partir da década de 1970 culminaram com a valorização das terras na faixa leste paraguaia, que foram adquiridas anteriormente por grandes latifundiários e empresas estrangeiras do setor agropecuário a preços baixos.
Um grande jogo geopolítico dos governos ditadores dos dois países para, mais uma vez, favorecer a elite fundiária em detrimento do camponês.
O verdadeiro Brasiguaio
Colossais áreas de terras foram compradas (presenteadas) por essa elite fundiária com o total apoio do Instituto de Bienestar Rural (IBR), um agente do latifúndio, para especulação, gerando, primeiramente, a expulsão dos “nativos” (como fala a Folha) que haviam adquirido a terra do mesmo IBR, nos anos de 1960 que, naquele momento, invalidou os contratos desses camponeses.
O latifúndio passa a denominar-se agronegócio na última década do século XX, e esse novo sistema gerou uma grande massa de excluídos do campo que, não tendo terra para trabalhar, se viram obrigados a voltar e se instalar nas cidades que margeiam o Rio Paraná, gerando problemas quase que irreversíveis para esses municípios. Esses são os verdadeiros “brasiguaios”.
Pobres poderosos
A verdade está escrita em uma série de trabalhos científicos e inúmeras matérias da imprensa da região, e em especial na primorosa monografia do Mestre em Geografia Carlos Alberto Ferrari, Brasiguaios na Fronteira: luta pela terra, violência e precarização do trabalho no campo e na cidade.
Agora nós, brasileiros da elite, queremos taxar de “pobre vítima” um latifundiário detentor de 45 mil hectares, que colaborou na expulsão dos nativos de suas terras, e que terá de devolvê-las aos verdadeiros donos?
Os grandes fazendeiros (latifundiários) da soja transgênica, cada vez mais, necessitam de espaços físicos para maior acumulação de riquezas e, para isso, precisam fazer a limpeza da área, isto é, expulsar os pequenos agricultores brasiguaios e paraguaios de suas terras.
Tecnologia "de ponta"
São diferentes dos verdadeiros brasiguaios! São os “brasileiros no Paraguai”, como diz o trabalho acadêmico supra citado.
Os grandes latifundiários da monocultura de soja transgênica são os médios produtores rurais integrados com as empresas do agronegócio, são os proprietários de silos, são os bancários, trabalhadores do setor administrativo de empresas agrícolas como a Cargil, a Bünge, a Lar. Enfim, são os imigrantes com melhores condições financeiras que, por sua vez, são protegidos pelas autoridades paraguaias, e sequer gostam de ser chamados de brasiguaios.
Indignação abafada
Para os que facciosamente acusam este sôfrego blogueiro de ser contrário à pátria que lhe pariu, basta verificar lamentos emanados da pátria prejudicada, logicamente nunca divulgados pela grande imprensa golpista. A Rádio Viva FM, emissora cooperativa e cidadã de Assunção, diz em manifesto que as empresas de rádio-difusão paraguaias reunidas em Ciudad del Este afirmam que “a produção extensiva na região tem ganhado espaço a passos gigantescos com a desculpa do desenvolvimento. O que significa progresso para eles, no entanto, é a acumulação de riquezas de alguns com a produção de grãos e oleaginosas. Maquinaria importada das mais afamadas marcas, produtos químicos de uso agrícola, entre desfolhantes, fertilizantes e venenos, além das sementes tratadas e seu controle do sistema evolutivo são a chave. Este monólogo se repete num meio em que as gentes desesperadas que se recusam a sair de seus pequenos sítios são denunciadas como criminosos”.
O Bispo do Chaco, Mons. Edmundo Valenzuela denuncia “a invasão silenciosa de estangeiros, sobretudo brasileiros, que se apoderaram de milhares de hectares de terras no Alto Paraguai, burlando inclusive as leis nacionais que deveriam proteger nossa soberania.”
Com a ausência do Estado Paraguaio na região, continua o Bispo, essas pessoas chegam a construir postos policiais em pontos estratégicos das estradas e se encarregam de prover de boa comida e bonificações em dinheiro os agentes. Os uniformizados, por sua vez, devem depositar parte destes ganhos para seus superiores, a fim de ficarem naquele lugar, caso contrário serão denunciados.
Esta invasão silenciosa se dá desde a época da ditadura, e vem se consolidando a ponto de mais de 60% do solo já se encontrar em mãos de estrangeiros, que passam a explorar a mão-de-obra local.
Todo o pobre que é explorado e, ao mesmo tempo extirpado do processo produtivo pelo capitalismo selvagem praticado em países periféricos como o Paraguai, não é alheio ao sistema ora vigente. Como diz Marx, “ele faz parte do sistema, porque, simplesmente o sistema não se sustenta sem essa relação de exploração existente entre o capital e o trabalhador”.
Uma área de 2,6 mil hectares próxima ao lago de Itaipu, no lado paraguaio, ocupada, atualmente, por plantações de soja administradas pelos brasileiros Aldair e Ânderson Afonso Gomes, fazia parte de um lote desapropriado pelo Instituto Nacional do Indígena (INDI) para a instalação de uma reserva.
O cemitério indígena hoje é soja
“É nossa terra. Tratam-nos de invasores, mas estes brasileiros são os verdadeiros invasores, que compram com dinheiro os próprios funcionários do INDI, do INDERT (instituto responsável pela reforma agrária), para que estes se calem e os promotores venham desalojar-nos”, criticou um dos líderes indígenas.
Para provar o que afirmam, os nativos entregaram ao advogado Carlos Ortiz, assessor jurídico do governo do Departamento de Alto Paraná, documentos que confirmam a propriedade da área, que ao que tudo indica, teria dois títulos diferentes: um em poder dos índios; outro, dos irmãos Gomes. Íntegra da matéria
O sítio do periódico E'a, propriedade da Cooperativa de Trabajo de Comunicadores y Periodistas, sediada em Assunção, denuncia que no Chaco, o Censo Agropecuário 2008 aponta que 4.800.000 hectares do país estão na mão de brasileiros. Lá também está uma das maiores propriedades privadas do continente, de 600 mil hectares, pertencente à Seita Moon.
Na foto ao lado pode-se ter uma noção da área usurpada da tribo indígena Ayoreo, cuja extensão na década de 50 é representada pela área verde.
Manipulação
A pesquisa do Mestre Carlos Ferreira chegou à conclusão que os campesinos, externos aos movimentos sociais, são manipulados pelos grandes fazendeiros a invadirem as propriedades dos camponeses brasiguaios, incendiando as construções, matando os animais e destruindo as plantações. Horrorizados, os camponeses brasiguaios acabam abandonando sua terra.
O grande capital que manipula os campesinos externos ao movimento, que historicamente vive em conflito com os brasiguaios, ignora as comunidades, contamina os rios e desmata a floresta, fazendo com que os camponeses descapitalizados, humilhados e oprimidos, retornem para o Brasil, num fluxo alucinante à procura de terra e trabalho, mesmo conscientes das dificuldades a serem enfrentadas na volta.
Portanto, a miséria que se espalhou nos dois lados da fronteira tem uma única face, a da expansão do agronegócio para fins de acumulação, que visivelmente trouxe muita riqueza para a região do Alto Paraná, mas é manifesto, também, que essa riqueza atinge uma pequena parcela da sociedade na região em questão, ou seja, os “brasileiros” e as “autoridades paraguaias do Partido Colorado”. Logo, o novo paradigma da agricultura paraguaia promove muito mais desigualdades e pobreza do que igualdades de oportunidades.
Legitimamente, os campesinos que fazem parte dos movimentos de luta pela terra como, por exemplo, a Federação Nacional Camponesa (FNC), não invadem pequenas propriedades, eles têm a mesma política de ocupação do MST brasileiro, ocupando grandes fazendas improdutivas que, na verdade, são terras para especulação, terras de negócio.
Um importante fato é que o agronegócio, para se expandir, necessita da mão-de-obra barata dos imigrantes brasiguaios. Portanto, existe um grande contingente desses brasiguaios que trabalham nas fazendas e no meio urbano na região que é o contingente mínimo de que necessita o mais novo modelo de produção do campo paraguaio.
Atualmente verifica-se que o processo de reprodução do capital no vizinho país é viabilizado pela exploração da força de trabalho dos brasiguaios no meio rural, como empregados diaristas e mensalistas dos grandes fazendeiros e no meio urbano como trabalhadores braçais, principalmente nos silos. Esses brasiguaios que permanecem em território paraguaio sendo explorados pelo capital, geralmente são ex-camponeses que já re-imigraram para o Brasil e, posteriormente, voltaram em terras guaranis por falta de alternativas de trabalho em solo brasileiro.
Importante frisar que o silo é a materialização do agronegócio. Tudo passa pelo silo, desde a obtenção de sementes, insumos e, principalmente, empréstimos aos agricultores, uma espécie de banco rural. Esses silos, na sua grande maioria, pertencem aos grandes fazendeiros ou a empresas transnacionais como a Cargil, a Agrofértil e a Lar.
Dominação e massacre
A denominada "tecnologia moderna"
A questão cultural, como por exemplo, a tentativa de imposição da língua portuguesa, dos símbolos, como os CTGs, foram fatores culminantes para legitimar as atrocidades praticadas contra esses trabalhadores, e também para a deflagração de conflitos entre camponeses imigrantes, os chamados brasiguaios e campesinos paraguaios, intensificando, por conseguinte, a partir da década de 1990, com o advento e avanço do agronegócio na região em questão.
Mesmo com a mídia local diuturnamente “rasgando seda” a respeito da Itaipu Binacional, nem todo mundo arrima esta posição. No livro “A taipa da injustiça: esbanjamento econômico, drama social e holocausto ecológico em Itaipu” (MAZZAROLLO, J. 2003. 2ª ed., São Paulo), pode-se ler este primor:
Os senhores do dinheiro uniram-se aos senhores da guerra e obrigaram todos os seres humanos a ficarem a seu serviço, e assim a humanidade perdeu a paz. Para facilitar a dominação, os senhores do dinheiro inventaram uma grande mentira: disseram que o desenvolvimento econômico era necessário para que os seres humanos não morressem de fome e fossem mais felizes. O que eles queriam, na realidade, era ter mais dinheiro.
Para reduzir as resistências e para dar uma aparência digna aos seus serviçais, usaram argumentos humanísticos. A verdade, porém, acabou aparecendo e hoje só uns poucos ainda fingem acreditar na fantasia.”
O bom senso nos faz clamar, através de citação de Dora Martins & Sonia Vanalli (em Migrantes. São Paulo: Contexto, 1994):
A terra fértil ao homem que vai cultivá-la, gerando alimentos para todos, eliminando a fome e a miséria, promovendo justiça, formando verdadeiramente um povo forte, dono do seu próprio destino. E aí sim, poderemos ser chamados de NAÇÃO!
Ao homem, a terra de trabalho, JÁ!”